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- [Fanfiction] Shadow 9
Posted by : LKMazaki
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Olá a todos! Sem atraso e também sem enrolação vamos continuar acompanhando a saga de Mastered Negima: Shadow, fansérie atual do blog.
Aliás, durante esse tempo da publicação estão já pensando o que farei a seguir para o KaS. São muitas opções, todas bem trabalhosas. Desde prosseguir para o próximo arco de Mastered Negima, passando por uma série original, bem ao estilo de light novel mesmo, com ilustrações, até um projeto de quadrinho (retomar o projeto da equipe, algo novo, tanto faz).
Mas isso é algo para ocupar minha cabeça, não a de vocês. Vamos ao texto ;D
Aviso-legal:
Mahou Sensei Negima não me pertence. Mastered Negima é uma obra de
fã, sem fins lucrativos.
Mastered Negima Shadow
Capítulo 9: Em direção do
céu
Odari era um menino de oito anos, orfão e esquecido pelos parentes.
Ele vivia em uma construção antiga, abandonada a quase um século,
algo mais comum do que se esperaria na cidade-capital do país de
Husdeven. A torre da antiga mansão era sua parte favorita do lugar,
pois dali ele tinha visão privilegiada do subúrbio da capital.
Mesmo naquele dia chuvoso o garoto havia escolhido o local para
preparar a refeição até bastante generosa para um abandonado. Uma
quantidade de sopa e pão para alimentar duas pessoas.
O garoto mexia o conteúdo da panela amassada onde preparava o
alimento quando ouviu um som vindo do outro lado da torre. Um
farvalhar de asas forte. Aquele ruído lhe ela familiar, o que o fez
erguer-se com um sorriso. Deixou o preparo da comida de lado e correu
em direção à porta:
― Pe-san! Pe-san! É você aí?! ― perguntou o menino sardendo
adentrando no outro cômodo apressado. O sorriso do garoto se tornou
ainda maior quando a figura ergueu-se e o encarou.
― Está na torre novamente, Odari. ― disse a ex-shikigami,
Setsuna-P, ao pequeno à sua frente.
― Sim, Pe-san! Estava preparando nosso almoço enquanto você
estava fora!
― Você sabe que eu não preciso comer, Odari. Esses amuletos me
dão toda a energia que necessito para sobreviver, e muito mais.
― Eu sei disso! Mas comer é divertido, ainda mais quando comemos
junto a pessoas que gostamos.
A sombra encarou a criança à sua frente. O menino sorria com toda a
sinceridade do mundo e mesmo a alma perturbada da espadachim sombria
ficou mais aquecida:
― Olha só pra você, Pe-san! Está ensopada! Porque saiu nessa
chuva?
― Alguém havia me chamado. Não podia deixar de responder. ―
disse a ex-shikigami, encarando as torrentes de água que lavavam os
telhados dos edifícios próximos. Mesmo o menino inocente era capaz
de enxergar a clara expressão desanimada da mulher.
― Ei, Pe-san, eu não gosto quando sai assim de repente. Fico com
medo de que não volte. ― disse Odari, segurando um pedaço do
tecido enxarcado das roupas negras que Setsuna-P trajava. Esta
encarou-o de volta ao perceber o leve puxão.
― Daquela vez eu estava procurando por informações importantes,
Odari. Era preciso.
― Mas eu não quero que você vá embora. É minha única amiga.
A jovem encarou o garoto que lhe sorria. Ele dizia a verdade sempre
de um modo muito direto e natural. Apesar ser um comportamento
corriqueiro seu, a ex-shikigami não deixava de se admirar de tal em
algumas ocasiões. Sem dizer nada, Setsuna-P afagou o alto da cabeça
do pequeno Odari e se dirigiu para fora da sala. Para a alegria ainda
maior do menino, ela adentrou em seguida no cômodo vizinho, onde o
almoço estava cozinhando.
Os dois tiveram uma refeição quente e apetitosa. O garoto falava
quase sem parar, contando sobre os seus conhecidos da rua. Algumas
pessoas de coração bondoso que não o escurraçavam sempre que o
viam. Ele sabia muito sobre a vida das pessoas da vizinhança, isso
porque passava boa parte dos dias andando pelos arredores, em busca
de algum pequeno serviço que pudesse fazer em troca de moedas.
Setsuna-P, ou apenas "Pe" para Odari, não respondia nada
durante toda a conversa. Comia quieta, observando o monólogo
excitado do outro. Sabia que apenas estar ali, ouvindo sem muita
atenção, era tudo o que Odari desejaria dela. Mesmo já tendo
passado alguns meses desde que haviam se conhecido, a espadachim
sentia que ainda devia aquilo a ele.
Na época em que a guerreira recobrara a vida, graças aos amuletos
outrora de Delaro Igati, Pe passou por um período de grande confusão
mental. Não compreendia onde estava ou mesmo o que ela era. Tinha
alguns lapsos de sua memória anterior, na época que estivera em
Mahora, mas estes pensamentos só lhe traziam mais confusão. Fora o
menino abandonado, Odari, quem se dispusera a abrigar e cuidar dela
até que se recuperasse.
Graças ao convívio tranquilo e amigável com Odari, Pe retomou sua
consciência à normalidade. Ainda que a paz de morar naquele prédio
antigo não tivesse sido capaz de extinguir todo o ódio da criatura
que ganhara uma vida real, fora um conforto grande. Mesmo sabendo que
não iria permanecer ali para sempre, Pe fazia questão de agradecer
ao pequeno orfão da melhor maneira possível, através da sua
companhia:
― Ei, Pe, você não devia ficar triste desse jeito. Você é muito
bonita para ficar assim. ― disse Odari, despertando a atenção
real da guerreira.
― Porque acha que estou triste? Talvez eu esteja na verdade com
muita raiva.
― Bom, não é o que parece.
Setsuna-P abriu a boca para desmentir mais uma vez Odari, porém algo
chamou a atenção de seus sentidos amplificados pela magia e ela
congelou, de boca aberta. Depois de um instante ela fechou a boca e
franziu a testa:
― Ué, que foi? ― perguntou o menino, vendo a estranha ação da
outra.
― É que. . . Aparentemente tem mais alguém me chamando.
― Você já vai sair de novo?
― Não. Está no andar de baixo. Vou lá ver o que deseja.
― Tá bem. . .
Setsuna-P desceu sem pressa as largas escadarias da mansão fantasma.
De fato encontrou alguém que a aguardava no hall de entrada. Seu
sorriso maldoso tomou seu rosto ao ver aquela figura:
― Ora, ora. Mas faz mesmo muito tempo que não nos encontramos, não
é mesmo, minha ex-colega de trabalho?
A noite daquele dia de tempestade não poderia ter sido mais diversa
da anterior. A Ala Alba aproveitou a alegria de ter Asuna e Haruna de
volta para fazer uma comemoração à altura. Dessa vez os jogadores
de carteado noturno ficaram desconcentrados de suas partidas graças
à barulheira e risadas do grupo.
Parecia mesmo que todos haviam feito um pacto silencioso para que
naquela noite não se comentasse sobre os problemas que ainda teriam
que ser enfrentados. Aproveitavam como se estivessem de férias,
contando piadas e tentando jogar cartas, apesar da bagunça. A certa
altura tiveram que vendar Haruna para que ela parasse de espiar as
cartas de Nodoka antes mesmo de conseguirem iniciar uma partida de
pifpaf.
Mesmo Konoka e Setsuna estava no clima alegre do grupo. Talvez bem
mais silenciosas do que os outros, mas mesmo assim não deixaram
quaisquer sentimentos negativos transparecerem. Não queriam estragar
a noite de relaxamento dos amigos e também desejavam ter por algum
tempo uma sensação de tranquilidade. Ainda que soubessem ser
falsa.
Na manhã do dia seguinte a Ala Alba tomou a decisão que pareceu ser
a mais primordial naquele momento: sair da capital de Husdeven.
Precisavam evitar que Delaro Igati os atingesse, afinal tinham um
problema muito maior do que a raiva da governante para lidar naquele
momento.
O grupo tinha a noção de que, em um momento ou outro, Setsuna-P
iria surgir para enfrentá-los. A única coisa que julgaram ser
possível fazer foi escolher melhor qual poderia ser o campo de
batalha. E assim a Ala Alba embarcou em um trem rumo à Husdranis,
uma cidade bem menor, a uma distância de metade de um dia de trem,
da capital. Com o sol de volta como soberano nos céus a partida se
deu de maneira tranquila.
Logo que a locomotiva começou a se mover, Negi avistou Vosk, o
porta-voz da oposição política de Delaro Igati. O professor-mago
sugeriu a todos que se espalhassem pela dúzia de vagões do trêm,
para quem pudessem evitar que ações tanto do governo como do seus
opostitores atingissem o grupo inteiro. Assim sendo as duplas foram
se dispersando.
O casal konosetsu acabou indo para o penúltimo vagão, que estava
bem mais vazio do que os outros. Sentaram-se e um silêncio incomodo
se instalou entre as duas:
― Set-chan. ― chamou Konoka, que estava por demais incomodada com
a falta de diálogo. ― Você está planejando alguma coisa, não
está?
― Porque diz isso, Kono-chan? ― questionou Setsuna, encarando o
rosto da maga branca, que estava virado para a paisagem vista
passando rápido pela janela.
― Sempre que você se fecha pra mim eu sei que vai querer fazer
alguma coisa egoísta.
― Egoísta? Querer o seu bem é egoismo? ― questionou Sakurazaki,
levemente irritada. Dessa vez Konoka virou o rosto para encará-la,
também com uma certa exasperação.
― Nunca pensar nos sentimentos dos outros é egoismo sim.
― Mas como pode dizer isso, Kono-chan?! ― o escândalo era
transparente no rosto da guerreira.
― Você sempre age por si mesma e não se preocupe se vou sofrer
pelos riscos que você tenta sempre assumir sozinha. Set-chan, eu já
falei com você sobre essa mania.
Em um primeiro momento Setsuna não soube como responder a todas
aquelas acusações. Estava respirando forte. Olhou para os lados
para se certificar que não haviam passageiros nos acentos mais
próximos, que pudessem escutar suas vozes ligeiramente exaltadas:
― Tudo o que eu sempre faço é pensando em você, Kono-chan! Como
tem coragem de dizer isso agora?!
― Estou dizendo isso porque estou vendo nos seus olhos que vai
fazer isso mais uma vez. Mesmo que eu diga que juntas podemos deter
Setsuna-P, você não vai me ouvir! Eu sei disso! ― o rosto de
Konoka estava vermelho e ela tinha os olhos úmidos. Estava furiosa.
Sacudiria a namorada se pudesse, para que ela acordasse da bobagem
que estava com certeza prestes a fazer.
― Se sabe, então porque ainda tenta me fazer mudar de opinião? ―
Setsuna realmente não pensou nas próprias palavras antes de
dizê-las e imediatamente percebeu a besteira. Só que era tarde
demais.
No instante seguinte um tapa seco acertou o lado direito do rosto da
shinmei, virando-o. Setsuna olhou de volta, com choque, a tempo de
ver toda a fúria e lágrimas no rosto da namorada. Konoka se
levantou e passou por ela com certa grosseria, saindo sem dizer mais
nenhuma palavra.
A meio-uzoku sentiu-se a pior pessoa do mundo. Várias pessoas a
observavam. O som do tapa havia sido alto o bastante para despertar a
atenção. A espadachim se levantou e saiu na porta contrária a de
Konoka, rumando para o último vagão do trem. Podia sentir o calor
na bochecha em que fora acertada. Remorso e raiva se misturavam no
peito da jovem.
Porém Setsuna não iria mudar seus planos por causa daquele
acontecimento. Ainda que ferisse novamente o coração de Konoka com
a preocupação, a guerreira já havia tomado sua decisão.
Ela atravessou todo o último vagão e saiu para a pequena varanda
metálica na ponta final do trem. O vento forte fez Setsuna segurar a
franja para não lhe tapar a visão do céu limpo. Ao fundo viu um
morro de terra mais escura que reconheceu por já tê-lo observado na
chegada à capital. Era a hora.
Aprumou a bolsa especial que compotava Yuunagi, pendurava ao seu
ombro e deixou suas asas aparecerem. Sem olhar para trás ou pensar
mais uma vez na expressão magoada de Konoka, alçou voo.
― Você vai sair, Pe-san? ― perguntou Odari, que veio correndo
para o meio do pátio tomado por mato da mansão abandonada. Ali
estava Setsuna-P, com as asas abertas e pronta para o voo.
― Sim, Odari. Parece que enfim poderei resolver boa parte dos meus
problemas.
― Mas Pe-san, não é perigoso?
― Não muito. Afinal eu tenho esse poder imenso dos amuletos. Devo
resolver tudo com muita facilidade.
― Pe-san, você precisa mesmo ir? Porque não esquece esses
problemas e fica em casa?
"Casa". Setsuna-P encarou o menino ao seu lado. Ela nunca
considerara aquela mansão velha e suja como sua casa, mas pareciam
que havia se tornado sim seu lar na companhia do orfão ordinário.
Por um instante o questionamento sobre o que faria após a sua
vingança veio à sua mente. Não fazia ideia do que era uma vida e
isso a assustou. Sacudiu a cabeça para espantar essas sensações:
― Não tenho escolha, Odari. Eu tenho uma maldição que não me
permite ser mais nada enquanto não apagar o passado que me prende.
― Eu não entendo, Pe-san.
― Eu sei que não, Odari. Mas confie em mim. ― disse Pe, virando
o rosto para observar o céu azul e limpo acima de suas cabeças. ―
Se eu não voltar, espero que não fique magoado.
― Mas volte mesmo assim, Pe-san!
― Não vou prometer.
E tendo dito isso, Setsuna-P subiu aos céus com grande velocidade.
Rumou para o sul, para o confronto definitivo que lhe abriria as
portas para uma nova vida.
finalmente, estava ansiosa^^
vlu KaS ;*