Posted by : LKMazaki segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Realmente perdão pelo atraso gente, mas dessa vez já até agendei as publicações automaticamente para não ter risco de minha falta de tempo impedir algo.


Opiniões e críticas são sempre bem vindas! Boa leitura!



CENA 07: Entre dois caminhos

- Mou! Eu não agüento mais esses livros!!

O trio-biblioteca estava no que mais parecia uma ilha feita de papel e capas. Já não se reconhecia mais a sala da que um dia fora elegante residência do Thousand Master em Kyoto. Era o início da manhã de quarta-feira, o terceiro dia após o final do prazo delas ficarem fora de Mahora. Com certeza isso teria conseqüências, afinal o Diretor havia dado-lhes uma licença especial para sair da escola em “trabalho acadêmico” somente durante o fim de semana. Elas sequer deixaram os celulares ligados, afinal sabiam que o professor provavelmente iria-lhes ligar tão insistentemente que nem em dez anos elas conseguiriam obter resultados.

Porém, mesmo com essa quebra das regras, mesmo mal parando para comer ou dormir (o que não faziam desde o início da tarde de segunda-feira), ainda assim tudo o que elas tinham era quase uma centena de papéis riscados, com cálculos, símbolos e teorias, todas erradas.

Não conseguiam descobrir a chave para decodificar o livro.

Ao menos já sabia que se tratava de um código protegido por uma chave lógica, que faria todo o texto ter sentido. Algo que somente Nodoka e Yue conseguiam realmente entender, Haruna simplesmente procurava qualquer coisa que considerasse parecer uma chave em meio aos trechos de livros e mostrava as outras.

Os pássaros já cantavam a um tempo e o sol vinha surgindo. O clima na sala era de uma busca desesperada já chegando ao final de suas forças:

            - Aw.... parece ser impossível. – comentou Nodoka, largando um volume excessivamente grosso. A garota estava visivelmente exausta depois de passar a madrugada inteira vasculhando. Seu cansaço era tanto que não conseguia pensar em outra coisa além de repouso.

            - Yue.... chega, já vamos receber uma bela bronca quando chegarmos a Mahora pelos dias extras de “folga”. – reclamou Haruna com olheiras profundas. Claro que ela estava habituada a ficar madrugadas acordada quando seus prazos com os mangás estavam quase estourando, mas ficar mais de dez horas naquela tarefa maçante era demais pra sua cabeça agitada.

            A menor do grupo porém não parava de folhear febrilmente um volume de capa de couro azulado, parecia completamente hipnotizado e as outras duas se perguntaram se não tinham acabado de falar com o vento, tamanha a concentração da garota:

            - Yue.... Yue!! – chamou Paru deixando um pesado livro cair em cima de outros causando uma pequena avalanche pra cima da própria.

            - Eu...... – a baka-black tinham uma expressão tão forte entre a obssessão e a loucura que as amigas a encararam receosas. – Eu..............

            - O que houve.... Yue? – a livreira engoliu em seco.

            - Eu............ CONSEGUI!!!!!! – o berro de Yui foi tão inesperado que as duas caíram pra trás, tirando do lugar mais livros caídos. – Eu sabia!! Eu sabiaaa!!!! – a garota saiu dançando com uma folha de papel cheia de anotações e o livro de capa azulada. Realmente as pessoas ficavam eufóricas por diversos motivos.

            - Conseguiu...? – Honya nem conseguiu acreditar.

            - É isso aeee!!! – Haruna também se uniu a dança sem sentido, comemorando. – Voltar pra casa! Poder dormir! Poder desenhar yaoi!!! Graças aos deuses!

            - Conseguimos..... – Nodoka deixou um sorriso aliviado escapar. No fim ela não iria decepcionar Negi, apesar de provavelmente estar o preocupando. Elas estavam voltando para casa. De repente lembrou-se de Setsuna. Naquele momento de cansaço, só esperava encontrar a colega quando chegasse “em casa”.

            - Mas peraê... agente ainda vai ter que arrumar tudo isso? – questionou Haruna caindo novamente em desespero. A sala estava completamente destruída pela busca.

            - Já desrespeitamos tantas regras para conseguir isto, mais uma coisinha não vai fazer mal. – respondeu Yue, que apesar dos olhos estarem quase apavorantes, tamanha as olheiras, brilhavam com um ar travesso.

            - Yue....?

            - Caraca, Yue, não dá pra acreditar que cê tá dizendo isso, mas é assim que se fala!!! – exclamou a Paru feliz da vida.


           
            O vento era fraco, mas gélido. O chão era branco de neve, as pequenas ruas eram completamente desertas, silenciosas. Era como se o mundo estivesse refletindo o coração daquela única e solitária pessoa que por ali passava. Uma jovem abrigada sobre seu casaco, carregando uma única pequena bolsa e um objeto fino e muito comprido, preso por uma alça ao seu ombro. Pequenos flocos de neve que se soltavam das árvores sem folhas caiam sobre seus cabelos e ombros, mas ela parecia demais distraída para perceber estas coisas. Estava com os pensamentos tão voltados para dentro de si que era como senão enxerga-se nada.

            Setsuna Sakurazaki acabara de sair da sede a ordem shinmei, onde havia participado de reuniões e rituais nos últimos quatro dias. Sua vinda a Kyoto já tinha seu objetivo completo. Era hora de decidir o que faria daquele momento em diante. Escolher entre as possibilidades é algo sempre confuso e assustador para alguém jovem, ainda mais quando de um lado está o amor da sua vida e do outro talvez, a sua própria sobrevivência.

            Mas não havia fuga, ela tinha que escolher, por mais que isso fosse difícil. A espadachim tentava ao máximo não lembrar-se do rosto de Konoka durante todos aqueles dias, apesar de a cada vez que ela dormisse fosse somente a garota que ela visse. Estava fraca, com saudades, ainda era somente uma adolescente apaixonada. Provavelmente fosse o maior amor da sua vida, mas.... quem sabe ela pudesse sobreviver de amores menores. Tantos fazem isso.

             Setsuna continuava caminhando de uma forma meio lenta, mas contínua, enquanto ainda questionava-se e debatia com suas vontades e medos. Já estava sinceramente de ter que pensar tanto no assunto. Provavelmente pessoas como Asuna, que primeiro vivem para depois pensar eram realmente as mais felizes e despreocupadas. Isso lhe fazia perguntar se realmente devia se preocupar também. Afinal, a vida é algo tão rápido e simples, porque complicar tanto?

            “Eu nunca vou entender porque você se preocupa com algo que não seja fazer Kono-chan feliz” comentou a sua parte conflituosa da consciência. Fazia tempo que a garota não parava para escutar os comentários ultra-sinceros que essa sua parte lhe fazia:

            - Eu não quero que ela sofra mais quando formos separadas. – respondeu a shinmei, desviando de uma pedra lisa, escutando somente o leve som do vento, já que o resto era silêncio. Era simples e irremediável.

            “E o que garante que vocês serão separadas?”

            - Não é óbvio que nem o grão-mestre, nem o Diretor, nem ninguém das associações vai aceitar? – respondeu levemente irritada Setsuna. Porque ela tinha que se forçar a passar por todos aqueles argumentos novamente?

            “E seu amor é mesmo mais fraco do que a vontade de um grupo de velhos? Você não iria lutar até o fim, fugir se preciso, para ver Konoka sorrir novamente?”.

            Ela realmente detestava essa sinceridade que não sabia de onde vinha:

            - É claro que eu faria....

            “Então pra que fazer ela chorar desde agora?”.

            - ....

            “Setsuna-kun” veio a voz de uma outra pessoa a mente da espadachim, uma voz que ela ouvira naquela mesma manhã, no templo shinmei.

“Você deve sempre seguir o seu coração. Somente quando entender seu coração e viver aquilo que ele lhe diz é que vai encontrar a sua verdadeira sabedoria, a força que vai sempre ajudar a viver e conquistar seus objetivos.”. Foi o que lhe disse aquela mulher tão jovem e tão poderosa, sorrindo-lhe como se falasse a uma pequena criança que não sabe de nada da vida.

            O que era a absoluta realidade. Setsuna ainda não sabia de nada sobre a vida e a felicidade, porque era Konoka quem lhe estava ensinando o que era ser feliz.

            Ela parou de caminhar quando chegou ao cruzamento de duas ruas comuns. Levantou os olhos para observar o céu. Estava completamente cinzento, mas não parecia infeliz. Nem mesmo ar árvores desfolhadas pareciam tristes, elas sabiam que o inverno viria e estavam preparadas.

Era ali que devia escolher. Seguindo em frente, iria parar na estação, o caminho de volta a Mahora, porém para a esquerda estava o caminho dos cantos ocultos de Kyoto, onde ela sabia que Tsukuyomi estava esperando. Não era à toa que até mesmo um telefonema inesperado ela recebera enquanto vinha de trem para a cidade.

Alguém lhe esperava em Mahora.

Alguém sempre lhe esperava ali, em Kyoto.

A sua cabeça lhe dizia que era imprudente ir em frente.

O seu coração estava já esperando na porta do trem de volta.

O vento do inverno soprou forte, fazendo os cabelos sobre a face da garota voarem para longe:

- Miyazaki-san, Aoyama-sama.... obrigada... eu realmente sou uma idiota às vezes.

E seus pés seguiram para encontrar com seu coração.

2 Responses so far.

  1. Anônimo says:

    wooooooooooooooo lindo lindo !!! eu quero saber logo o q q ela vai fazer *-----*
    ass: nana

  2. Anônimo says:

    Aoyama-sama?!
    Aoyama Motoko do love Hina
    hehehe

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