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- Shoujo-Ai
Posted by : Se-chan
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Shoujo-ai/Yuri é uma classificação de mangá que vem conquistando seu espaço no mundo dos quadrinhos. Para tanto, ele se adaptou, mudou, se expandiu para outros lados. Não mais apenas romances entre amigas de colégio feminino, o "amor entre garotas" descobre que o amor pode aparecer em tramas mais elaboradas e incluído de outros estilos. Portanto, uma análise desta cronologia será abordado aqui.
Em sua origem, o shoujo-ai/yuri não era abordado em mangás, mas em doujinshis, onde as personagens normalmente tinham nome "Yuri"(um nome comum no país). O "Yurizoku" (tribo dos lírios) alcançou a fama e começou a ser adaptado em mangás Porém, o preconceito continua, mesmo que incuberto por uma camada de liberdade. Esta camada é dada pelo fato de no Japão ser considerado natural relações entre pessoas do mesmo sexo, mas que se considera que os jovens não permaneçam assim durante a fase adulta, senão, o preconceito se dá por concreto.
O primeiro shoujo-ai que achei infomação foi Hana Monogatari (Lendas das Flores), criado por Yoshiya Nobuko, forte influencia para o futuro sucesso Maria-sama ga Miteru. Porém, prefiro começar este histórico pelo estilo shoujo-ai por A Rosa de Versalhes(1979). (Você: "Mas esse mangá é shoujo-ai?") Na verdade, eu não sei. Mas o que importa nele é o estilo. Classico, delicado, estilo "Principe/Princesa", é uma inspiração para muitos mangás, e um deles é: Shoujo Kakumei Utena(1997). Sim, Utena-sama. O clássico dos clássicos dos shoujo-ai. Um estilo francês, nobre, "cavalheiro e princesa", Utena é uma garota completa. Uma princesa que deseja ser principe. E ainda tem gente que diz que não é shoujo-ai (u.u).
Tenjou Utena protege Himemiya, garota estilo "Rukia"(Bleach): Tem o poder para acabar com os caras, mas no final fica em cima de um castelo esperando ser salva. A afinidade entre as duas é tão grande que se transforma em um lindo amor (veja o penultimo episódio, veja a cena na sacada e se disser que aquilo não é mais do que amizade você é um santo inocente demais u.u). Com um final um tanto trágico, e confuso (pelo menos no anime - não li o mangá ainda -.-), Shoujo Kakumei Utena tornou-se um clássico imperdível para os fãs do estilo.
Nestes tempos, alguns autores já se arriscavam levemente a deixar "pistas" sobre personagens homossexual. O Clamp que o diga. Quem nunca percebeu que Tomoyo era um pouquinho além da conta com Sakura? A adoração da garota em filmar sua amiga e notar até que as orelhas dela e de seu irmão eram identicas assusta um pouco. Yukito e Touya nem se fala, concordam? Aqueles dois "amiguinhos" nem precisam ser comentados, eles eram tão descarados que ninguém nunca teve duvidas deles.
Miyuki-chan in Wonderland(1993), é um exemplo shoujo-ai/yuri um pouco menos conhecido pelos seres normais fãs do Clamp, mas até bem conhecido de quem gosta deste estilo. Paródia de um clássico literário, Miyuki-chan é uma garota que vaga por mundos loucos e cheio de garotas atraentes. A satira tem um belo grau homossexual e acabou por ser uma comédia bem querida por quem procura por algo fora do comum.
Mas o Clamp não é o único a se destacar por esse tipo de obra ou detalhe. Akamatsu Ken (Love Hina, Negima!) tem uma certa mania de colocar estes detalhes em suas obras. Em Love Hina(1998), Kaolla percegue Motoko e a chama seguidas vezes de "amante". Claro, este exemplo não vale exatamente, já que Su é um tanto fora do comum e não tem muita maldade. Já em Negima!(2003), a história é outra. Como devem saber, neste mangá existe um casal shoujo-ai bem estilo "cavaleiro/princesa" que, incrivelmente, tem uma das maiores aceitações por parte dos leitores que já se viu. Setsuna, a espadachim protetora, acabou por ser a personagem mais querida do mangá do mini-professor. A dedicação da guerreira firmou um vinculo forte e duradouro com os fãs, ganhando mais de 6 vezes o prêmio de queridinha dos negimáticos.
Após este momento “analisando animes com algumas pitadas de shoujo-ai”, podemos começar a analisar mangás mais recentes como Strawberry Panic e Maria-sama ga Miteru, que marcaram uma geração de "colegiais de colégios femininos religiosos que se interessam por suas amiguinhas, são refinadas, e se comprimentam falando 'Gokigenyou'". Não que eu não goste deste estilo, na verdade eu gosto muito de Strawberry Panic e provavelmente gostarei de Marimite, porém, parece um pouco exagerado que todos os animes deste estilo, desde Utena, tenham este clima "maduro e intelectual". Para mim, mais vale uma história mais perto do verídico, mas talvez esse seja o real no Japão, romances escondidos em escolas lotadas de garotas vestidas de colegiais “inocentes”.
Não estou aqui para falar do meu gosto pessoal, então continuemos com nossa tragetória: mangás shoujo-ai que não são os mais queridinhos dos otakus, mas que mesmo assim precisam de destaque. Yami to Boushi to Hon no Tabibito (2003, “Escuridão, o Chapéu e o Viajante dos Livros”), ou melhor, Yamibou (nome grande filho da.. xD), teve uma discreta passagem pelo mundo dos animes, porém, deixou algumas marcas curiosas. Pitadas de Yuri(Yuri, não shoujo-ai), MUITAS pitadas, melhor dizendo. Puxando muito para o estilo-irmão do aqui citado, Yamibou descreve uma história de amor entre irmãs, que na verdade não são irmãs, uma some simplesmente do nada e a outra vai atrás desta, se transportando por mundos diferentes dentro de livros (me lembro até hoje o mundo onde tinha tremores por que um bichinho ficava rasgando uma folha o.o).
Outro mais escondidinho e também romance entre irmãs (o.o) é Candy☆Boy(2007), que foi lançado somente na internet(o que é surpreendente). Ele chegou a ser bem anunciado, mas não tenho muito conhecimento de pessoas que assistiu ele. Achei bom, é bonito, o traço é lindo, mas é estranho, elas não parecem muito irmãs, muito menos gêmeas. Apesar de tudo, é algo a ser visto, afinal, é mais um neste estilo.
Pulando um pouco o tempo, para os dias de hoje, este ano está lançando três animes de mangás muito interessantes (cada um com suas características). Primeiro: Kanamemo. Quem leu o último post que fiz, já o conhece. Uma ótima comédia que está em seu 10° episódio atualmente, e irá até o 13°. Ainda há tempo! Vejam! Ele mostra uma realidade bem legal, pois ele é bem afastado do clima escolar. A história é de uma garotinha que acaba por morar junto de garotas entregadoras de jornais, sendo que a primeira vista de duas delas é destas se beijando! Sim, é um anime ótimo, e MUITO, mas MUITO engraçado.
O segundo anime que falo é Aoi Hana(ou Sweet Blue Flowers). Um romance bem romance mesmo. Não procure por ação, tremendos clímax, o melhor deste anime é o final, e como você acaba gostando de algumas pessoas, e simplesmente fica se remoendo com outras. É uma série de puro dia-a-dia de duas jovens, que acabam se relacionando com alguém, mas que descobre que este alguém está numa situação muito mais difícil do que se pensa. Ótimo mangá, eu o conheci um pouco antes de sair o anime, e se nota poucas diferenças entre os dois. Uma delas é a diminuição das comédias para enfatizar mais o drama na história. A arte é linda, os cenários principalmente. Vejam e não se arrependam. Muitos dizem ser um tanto parado, mas eu acho muito bom. Ele é delicado, portanto deve ser visto com paciência e observação equivalentes.
Agora, o terceiro, que ainda esta para ser lançado, é o meu queridinho Sasameki Koto (“Palavras Sussurradas”). Conta a vida de Sumika, uma garota que é apaixonada por sua colega de classe, Kazama, que gosta de garotas fofas, o que Sumika definitivamente não é(Será? Pra mim ela lembra a Motoko de Love Hina – Braba, mas doce por dentro e não é tsundere). A história é ótima, o traço é bem legal, não puxa pro estilo de ninguém desse estilo (Apesar da protagonista desse ter aparência parecida com a de Aoi Hana), é passado em um colégio misto, o que é ótimo, tem bastante comédia, mas nos últimos capítulos lançados em inglês tem tido muitos momentos sérios, o que é ótimo. Os personagens têm historias por trás, e não ficam naquele “rotulo”. Conheci esse mangá quando anunciaram que viraria anime, fui dar uma olhada e me apaixonei. É a palavra certa: apaixonante. Ele é leve, mas não nos tira da realidade. Por incrível que pareça, ele aborda muito mais do que romance e comédia, ele ultrapassa as barreiras. Acima de tudo, as personagens não são apenas yuris, são pessoas com qualidades e defeitos, normais como qualquer um, e não garotinhas perdidas em um mundo fechado em um colégio feminino.
Por ultimo, e não menos importante (obviamente u.u), tenho que falar o que é uma das minhas maiores influencias. Kannazuki no Miko(Não faço idéia da tradução, só sei que tem algo a ver com sacerdotisas). Clássico, totalmente clássico. Nada como uma boa história trágica entre duas garotas mais do que destinadas a ficarem juntas e ao mesmo tempo não para ter uma legião de fãs. Kannazuki é assim, incrível, bonito, sofrido, e tocante. Cada sentimento das personagens nos faz sentir exatamente aquilo, nada além daquilo. Uma aventura linda, que trás em pouquíssimos episódios dúvidas, temores, lagrimas e um final de arrasar. As Mikos sempre serão lembradas pelos seus fãs.
Imagino que este post ajude o pessoal a entender como o mundo do shoujo-ai não é pequeno, e cada vez irá se difundir mais entre os otakus. Fico feliz de manter este blog por este período, mesmo que com dificuldades. Para cada um que ler este blog, obrigado.
Realmente você esta de parebens pelo Blog, conheci agora mas ja me decidi por acompanha-lo.
E obrigado tbm por esse post me ajudou a esclarecer muitas duvidas e acho que vou assitir e ler alguns dos mangas que citou.
Continue assim.
Eu estou conhecendo esse mundo novo...e ainda tenho muitas duvidas.
Mas adorei a forma que vc explicou, suave e com conteudo.
Obrigada...e agora sempre vou dar um pulinho aqui *-*