Oi gente! Aqui ainda houve nenhuma review sobre Maria Holic,
mas acredito que todos do fandom devem saber por alto do que se trata a
história. Mas deixa eu falar aqui a sinopse básica: Maria Holic é mais uma
daquelas séries que se passam em um mundo povoado por garotas lésbicas
yuris e normalmente essas histórias se passam em conventos ou escolas
femininas. É o que agente chama aqui no nosso nicho de “Contos de fada” e antes
que eu comece a falar mal dos haréns yuris, me deixe voltar ao ponto de
partida. Em Maria Holic, a única lésbica é Miyamae Kanako, que se transfere
para escola Ame no Kisaki, procurando seguir os passos de seus pais, que também
se conheceram ali e tal qual, ela busca encontrar seu grande amor. Mas as
coisas não ocorrem como o esperado, Kanako constantemente sofre hemorragias
nasais ao mínimo contato com garotas, até mesmo se tratando de uma visão
privilegiada, a “pervertida” derrama tanto sangue que constantemente acaba desmaiando
e pondo tudo a perder.
E pra piorar, Kanako ainda cruza no caminho com Mariya
Shidou, uma loira extremamente simpática e linda. É LÓGICOOOOO que a nossa
padroeira Kanako logo começa a fantasiar e na primeira oportunidade, se depara
com Mariya trocando de roupa. Ela, assim como VOCÊ AI também faria, não perde a
oportunidade de dar AQUEEEEELA espiadinha (oi, Pedro Bial). Kanako descobre o segredo
de Mariya, que na verdade é um homem travestido de mulher e mais, logo a frente
também descobrimos o motivo pelo fato dele se vestir como uma garota. Motivo
que esperávamos (ou pelo menos, EU ESPERAVA) que pudesse ser mais explorando em
Maria Holic Alive. Mas bem, o fato é que desde então, a vida de Kanako se
tornou um inferno, pois Mariya também descobre o segredo de Kanako, ela é
lésbica. WOOOOW! TODOS faz cara de surpresa. Agora ela é obrigada a guardar o segredo de Mariya (que é importane ressaltar,
é muito MACHO, o que torna tudo ainda mais surreal e engraçado) e ainda se
torna alvo do groto sádico e manipulativo, que tem um status elevado no Ame no
Kisaki, o que deixa a pobre Kanako em uma situação desigual. Seria TRÁGICO,
seria uma novela mexicana se... SE NÃO FOSSE TOTALMENTE NONSENSE. Se a situação
já não fosse ruim para a pobre Kanako, ela ainda não pode ter o mínimo contato com
o sexo oposto que já começa a ter erupções cutâneas graças a sua alergia á
garotos. PENSE só gente, que enredo mais maluco e o melhor, se trata de um
shoujo-ai.
Depois de uma adaptação do mangá, de autoria de Minari Endo,
para um anime de 12 episódios produzido pelo estúdio Shaft, tivemos a tão esperada
continuação e enfim poderíamos ver o desenrolar de todas as situações desencadeadas
na primeira temporada. E seria assim se... se o diretor Akiyuki Shinbo não
tivesse colocado areia em nosso chopp. Maria Holic Alive também ganhou 12
episódios e uma qualidade técnica infinitamente superior ao da primeira
temporada, a animação é excelente e parece um pãozinho francês cheirando longe.
Mas, qualidade técnica é uma coisa, enredo é outra.
Como é comum da Shaft, a versão BD de Maria Holic conta com algumas modificações, como por exemplo, a inclusão de uma paródia com o anime Madoka Mágica, do mesmo estúdio.
Em Maria Holic Alive não há uma narrativa central, as coisas
vão simplesmente acontecendo aleatoriamente, é quase como uma grande esquete
humorística. E não é que seja totalmente sem graça, há humor ali, há situações
que te fazem rir ou esboçar um leve sorriso no canto dos lábios, mas acaba não
sendo o suficiente. Cansa e causa apatia, tente maratonar Maria Holic Alive e
você sentirá esses sintomas. Funciona se visto esporadicamente e nem assim se
torna mais interessante. Para quem assistiu a primeira temporada - que já era
recheada de alucinógenos, mas que conseguiu se sustentar bem ao unir de forma
interessante o nonsense e o enredo central – não deve esperar por um enredo
linear aqui. Aliás, sequer há um enredo a seguir.
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Dorgas pesadíssimas õ.õ |
O sensacional gancho deixado
no último episódio da temporada passado, em torno do rosário de Mariya? Esqueça
isso. Maior participação de Shizu Shido? Pare de sonhar. Maria Holic Alive pode
ser visto sem nem mesmo ter se assistido a primeira temporada que você não terá
grandes perdas. Pode assistir aleatoriamente que também não afetará o
entendimento do episódio, como eu disse, é um amontoado de aleatoriedades,
sustentado por muito tóxico e dorgas pesadas.
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Objection! |
Claro que há exploração de trechos de fatos acontecidos no
passado, principalmente entre Mariya, Kanako e Shizu Shido, que dará a
impressão de ter brotado do nada da história e vai ficar aquele WTF? do porque
a personagem ser parecida com Mariya. Mas não é nada que perguntando á alguém
que já assistiu ou lendo alguma review não se faça entender.
Nessa segunda temporada, nenhum dos personagens teve quaisquer
mudanças pelo ponto de vista de desenvolvimento e background. A Kanako continua
sendo a lésbica cheia de pensamentos impuros a procura da sua garota perfeita, como
sempre muito trágica e azarada. Mariya continua com sua marcante ambiguidade, ou
melhor, não. A ambiguidade é deixada praticamente de lado, cumprido seu caricato
papel do transformista sádico, onde sua única aparente função é causar infortúnios
para a pobre coitada da Kanako-chan. Matsurika continua maravilhosa ótima como sempre,
em sua inexpressiva, mas contundente apatia, sempre com intervenções
interessantes. Mas é isso, tudo muito raso e superficial. Nenhum episódio ou diálogos
marcantes.
Como comentei mais acima, tecnicamente e visualmente é um
show a parte, não poderíamos esperar menos da Shaft e do Shinbo, não é mesmo? A
mistura de estilos visuais, que vão desde mangás shoujos, passando por
animações na OP que aludem sobre outros gêneros, como a presença de um robô
gigante, até crossovers, seja direta ou indiretamente. Os recursos visuais
foram usados de forma incríveis, com uma excelente fotografia de fundo. É UM
EXPETACULO VISUAL. Nem a excelente animação de Denpa Onna (também da Shaft),
supera Maria Holic Alive em sua concepção artística. E como é gostoso vibrar ao
som de "Run Run Riru Ran Ran Rara”, de Yuu Kobayashi, que abre os episódios 05,
07 e 12. Ah sim, as OP’s são diversas e possuem três versões, cantadas por
cauda uma das seiyuus das três personagens principais.
Realmente há coisas interessantes em Maria Holic Alive, mas é
muito pouco apenas se contentar com as fantasias de kanako, o delicioso
sarcasmo da Matsurika, as trollagens de Mariya e todo o apelo visual. O potencial da série é alto é
uma pena que toda a originalidade dela tenha esbarrado, dessa vez, no
egocentrismo de Akiyuki Shinbo, que também fez um certo estrago em Soredemo
Machi wa Mawatteiru, lá em 2010. Quem sabe qualquer hora dessas eu não dou uma
olhadinha no mangá, né mesmo? Bye, bye.