Posted by : LKMazaki quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Olá a todos!

Apesar do fandom yuri ao redor do globo ser bastante dedicado ah. . . Bom. . . “obter” mangás yuris digitalizados para então traduzí-los e disponibilizar a todos que não tem conhecimento em japonês ou mesmo acesso à esses arquivos, é indiscutível que nós, fãs do estrangeiro, sempre estamos alguns passos atrás do momento do mundo dos mangás yuris em publicação.

Foi a intenção de diminuir em alguns passos essa distância que tomei a decisão de começar a importar a Comic Yurihime, maior revista de mangá yuri atualmente, de forma regular. É um processo demorado, visto que faço através de uma importadora especializada, que trás tudo via navio, o que faz levar alguns meses (Mesmo assim, agradeço do fundo do coração ao pessoal da Fonomag por serem sempre prestativos e eficientes). Também é caro, mas não teria como ser diferente se tratando de uma publicação do outro lado do planeta.

Ainda assim, agora que a primeira edição da Yurihime chegou em minhas mãos posso dizer que não poderia ter tomado atitude mais acertada como fã e também como singela blogueira que também quer ver a cultura yuri mais espalhada por esses lados do mundo.

A parte boa dessa história é que, com esse material em mãos, não teria como não trazer a vocês, queridos leitores do Kono-ai-Setsu, o máximo de impressões e comentários possíveis sobre “a revista dos sonhos de todas as yurijoshis e yuridanshis”. Vamos nessa!

Análise – Comic Yurihime 2015/11


No momento em que tirei a revista da embalagem reforçada da importadora a primeira coisa que me veio a cabeça foi: uau! Ela é enorme como as revistas shoujo/shounen! E veja a qualidade dessa capa!



Há mais ou menos um ano a Yurihime mudou seu projeto gráfico para algo mais aproximado do estilo moe que fez sua, até então, obra mais bem sucedida (Yuru Yuri) e confesso que, apenas olhando os prints pelo site da Ichijinsha (a editora) não vinha achando essa mudança muito boa. Porém, com ela em mãos, e depois de folhear seu interior, esse visual passou a me agradar bastante. A arte da capa é colorida de uma maneira muito agradável e a qualidade da impressão desta, da contra capa e das folhas coloridas internas é espetacular.



Falando ainda em qualidade física, não apenas na parte colorida, mas em toda a publicação, que é feita em papel jornal com uma qualidade bem superior a das revistas semanais japonesas (o que é bem comum, visto que a Yurihime é bimestral). Além disso, um detalhe extremamente importante para deixar a leitura agradável é a qualidade de impressão das obras sobre o papel. Aliás, é essa qualidade da tinta e adesão da mesma sobre o papel uma das coisas que mais me chama a atenção em relação às versões brasileiras de qualquer mangá. Isso faz toda a diferença.

Enfim, abrindo a edição encontramos o sumário e. . . Nossa! Quanta coisa!



Após isso encontramos algumas páginas onde produtos derivados de Yuru Yuri estão em destaque. Nada mais natural, visto que na época a exibição da terceira temporada da série ainda estava bem recente. Confesso que não sei se resistiria a todos esses goodies fofos que eles fazem, se estivesse lá no Japão para comprar com facilidade!

Bom, seguindo. . .

Temos então o primeiro mangá da revista e um que eu nunca tinha ouvido falar: Tachibanakan to Lie Angle da mangaka Merryhachi. Uma obra que de cara se mostra como uma comédia com personagens bastante vívidas. Essa foi a primeira surpresa, afinal nunca tinha achado nada nela nos scans da vida. Uma obra curiosa, que parece que vai ficar apenas no slice-of-life e personagens cheias de graça, o que dependendo, pode até ser o suficiente para uma série bem sucedida.



Nesse ponto vocês podem estar se perguntando: Tia Mazaki (senti-me a verdadeira idozinha clichê), mas você consegue ler japonês é? Por isso não precisa nem esperar scan?

A resposta, infelizmente, não, eu não sei japonês. Sei mal o hiragana e katakana. Porém a vontade de ler mangá me faz gastar algumas horas em cada página nipônica à minha frente, fazendo busca em dicionário e arranhando o pouco que já absorvi. É um processo cansativo, mas é aquelas coisas que fanáticos fazem, não é mesmo? A Yurihime ainda tem a complicação de não possuir furigana (aqueles kanas pequenos ao lado dos kanjis, que dizem a pronúncia correta dos mesmo. Isso excetuando nomes de personagens, que mesmo em mangás juvenis aparecem os furiganas na primeira aparição do nome naquele capítulo).

Ainda assim, mangá é uma coisa bem fácil de se compreender, se comparado a textos mais longos de light novels e livros. A profusão de imagens expressivas, linguagem corporal das personagens, o uso de vocabulário simplificado e com muita repetição. Todas essas coisas servem de atalho para um entendimento universal nos quadrinhos.

(Alongando o comentário: Lembro de uma passagem de um dos livros do quadrinista e teórico de quadrinhos americano, Scott McCloud, onde ele relata seu primeiro contato com o mangá japonês e sua fascinação por aquelas imagens e personagens. Ele não tinha qualquer conhecimento do idioma, claro, nem de kanas, mas aquelas obras se comunicaram com ele ao ponto de ele perceber de imediato o universo de possibilidades que aquelas produções tinham e poderiam um dia revolucionar o mercado americano e mundial.

Entenderam o que quero dizer? Claro que saber japonês é importante, mas nem sempre deve ser o ponto de partida para se lidar com uma obra. No nosso caso específico)

OK, EM FRENTE!

O segundo mangá da revista é o Yurijoshi Side:G, de Kurata Uso. O autor de Yuri Danshi aparentemente começou uma série de spinoffs da sua obra mais famosa, agora pelo ponto de vista de várias das personagens que aparecem na série.
Aliás, ao ver esse nome. . . Yurijoshi, fiquei abismada. Como ninguém desses lados do mundos tinha chamado as fás de yuri desse jeito? Acho que vou adotar (junto com o Yurikô). A obra é bem pequena e mostra um dos primeiros pares que aparecem na saga do louco fã de yuri que protagoniza Yuri Danshi. Nada de especial a comentar, a não ser a arte, sempre bem peculiar do Kurata Uso.



O próximo mangá foi uma feliz surpresa: trata-se do Tsuki ga Kirei Desu Ne de Itou Hachi (Hatishiro). Uau! Sou hiper-fã da arte desse artista (que não identifica seu gênero) e suas tramas são todas muito delicadas e sensíveis. Tsuki ga está no seu segundo capítulo nesta edição 2015/11 e confesso que fiquei um tanto confusa para lembrar das personagens (o primeiro capítulo já foi disponibilizado em inglês pelo Yuri-ism, fica a dica), mas isso se deveu também ao único defeito que consigo atribuir às obras do Itou Hachi: o excesso de beleza do traço torna as personagens todas muito parecidas. Ele (ou ela) parece ter um temor de arriscar na variação de rostos e estilos de cabelo, o que gera certa confusão para quem ler suas obras de maneira salteada.

A trama parece estar evoluindo em um ritmo lento de romance, como é bem característico de suas obras. Estou ansiosa para mais disso! (E também um tanto confusa, afinal achava que o Hatishiro estava publicando em outra revista também . . .)



SEGUINTE, ou melhor, seguinte do seguinte, já que temos mais um mini-capítulo de Yurijoshi (side:h dessa vez): Last Waltz, de Katakura Ako. Outra obra que não tem ainda volume fechado, ou qualquer informação traduzida. Com uma arte pouco rebuscada, transmite dramaticidade em suas páginas e mostra um conflito forte entre as protagonista em um rapaz, numa espécie de triangulo amoroso bastante forçado (por parte dele).

Obra mais séria, seria ótimo vê-la com mais presença daqui pra frente.



O próximo mangá (depois de mais um Yurijoshi) é Honya no Hito de Furukawa Itsuki (mais uma obra da qual não temos qualquer informação em inglês). A obra possui três personagens centrais, possui uma arte fofa e usa vários elementos visuais que remetem a uma comédia slice-of-life com inspiração nos trabalhos da Namori. Pouco mais tenho a dizer deste, mas espero que próximos capítulos (e a melhora da minha leitura) me ajudem a esclarecer mais deste mangá.

Depois temos um oneshot de vinte e quatro páginas chamado Tomodachi Apuri de Numachi Doromaru (transcrição literal dos kanas, já que não já página no Mangá Updates nem dele nem do autor). A trama, com traço bastante agradável, gira em torno de uma amizade que surge através de um aplicativo de celular (algo como uma rede social, enfim. . .) e vai ganhando uma intensidade rapidamente. Trabalho bem interessante, com certeza lerei com muita calma (e com todos os dicionários do lado).



Após isto, enfim temos um dos carros-chefe da Yurihime: Yuru Yuri, com dois capítulos que já estão disponíveis no volume 14 da série. O humor da série é tão familiar aos que conhecem a série animada e o material já traduzido que essa é de longe a obra mais fácil de compreender sem tradução.

O destaque vai para o segundo capítulo de Yuru Yuri da edição, onde existem apenas falas na primeira e última página. Todo o resto é focado em uma ação non-sense impagável. Namori é realmente uma das artistas mais talentosas e inventivas do yuri atual.



Saindo da comédia, mas continuando nos mangás mais “poderosos” da Yurihime temos Netsuzou Trap – NTR de Kodama Naoko. Primeira obra até então dessa edição que, não apenas tem informações em inglês como está com os scans em dia! Esse sexto capítulo já está a disposição em inglês há algum tempo, ainda que não tenha ainda saído em volume fechado (isso me levanta o questionamento de como eles escaneiam algo da revista e não logo toda. Enfim. . . ).

Desse mangá nem preciso falar muito. Ele já foi licenciado nos EUA e começará a ser publicado pela Seven Seas em Setembro. Vocês podem conferir as impressões da Se-chan sobre a obra aqui no blog mesmo (http://konoaisetsu.blogspot.com.br/2015/12/noticia-ntr-netsuzou-trap-sera-lancado.html).



Em frente.

CITRUS, OH, CITRUS. O retumbante sucesso dentro do público, Citrus (Saburouta) aparece na sequência desta edição da Yurihime, no que parece ser “o bloco dos mangás sexualmente tensos”. Esse também é um capítulo já disponível na internet, o 17.5. Aliás, um capítulo bastante brincalhão, onde toda a irracionalidade de Yuzu é colocada em primeiro plano. Bastante divertido e interessante, como se espera de Citrus.



Seguindo.

2DK, G-Pen, Mezamashi Tokei, de Oosawa Yayoi está no primeiro capítulo de seu segundo volume nesta edição (igual número do capítulo de NTR) e é um Adult Life que envolve o ofício de fazer mangá no enredo. Não esperava ver um mangá dessa natureza nas páginas da Yurihime, mas comecei a rever minha visão da linha editoral deles depois de folhear essa obra. Ela não possui nada que possa ser qualificado como conteúdo adulto explícito, mas é uma obra bem mais sóbria do que as até então apresentadas. Fiquei bastante feliz com essa amplitude e logo veria um pouco mais disso nas páginas que se seguiria.



Inugami-san to Nekoyama-san da Kuzushiro é uma obra que já ganhou certa fama fora do Japão por ter tido uma série animada em 2015 (episódios de 5 minutos), mas é uma obra que não me chama muito a atenção. Ainda assim a arte é excelente e o estilo 4-koma traz piadas rápidas com personagens de personalidades bastante extremas (como é uma característica da autora). Devo voltar com olhos mais cuidadosos para Inugami x Nekoyama no futuro, para quebrar esse preconceito que tenho com a obra (afinal, estamos falando da Kuzushiro, de LoveXDeath).

Quase todas as séries tem uma página de sumário antes do capítulo.

A seguir temos o segundo mangá me fez dar um surto discreto ao ver ali: Shouka Sou Hi (romanização livre) da Takemiya Jin! Sim, a maravilhosa Takemiya Jin! Uau! Trata-se de um oneshot com um tema complicado (ao que deu a entender, a personagem acaba vendo um antigo amor em uma jovem colegial e isso começa uma situação de envolvimento que não tem resultados simples).


Desculpe ocupar espaço com meus surtos de fangirl, mas não é incrível ter tantas autoras talentosas condensadas em um só lugar?! Essa revista só não é perfeita porque o máximo que tem da Morishima-sensei é uma propaganda da última série que ela lançou por ali.

Enfim, seguindo. . .

A obra seguinte é Kanaete! Yuriyousei da Minamoto Hisanari (autora de Wife and Wife). Um gag-mangá bem maluco com duas criaturinhas que não sei dizer se são anjinhos, ou só espíritos de algo. Parece bem divertido. Vou dar uma espiada com cuidado com tempo.



Após isso, já passando da metade da publicação (revistas japonesas são gigantes ein. Que incrível!) temos uma sessão de cartas dos leitores, fanarts e alguns comentários dos autores presentes nessa revista. Também tem a divulgação de outros trabalhos que possam interessar yurijoshis que não são da revista, além de recomendações da equipe editorial.

E então, mais mangá! E um que me deixou bastante perplexa: Shoujo Shikkaku, de Kawai Rou. Uma obra de mistério, violência, assassinato e sangue. Por ser uma obra com uma trama mais complexa, ficou bem difícil entender o panorama geral do enredo apenas observando um capítulo, mas dá pra imaginar que a Yurihime tenha aberto as portar pra uma obra nesse feitio após o sucesso de Akuma no Riddle e isso é ótimo. A diversidade de estilos está presente na revista e isso só enriquece as opções de leitura dos fãs.



Depois disso temos. . . Ayame 14, de Amano Shuninta. Minha primeira reação ao ver que era esse mangá mesmo foi algo como “What?! Aquele mangá todo fanservice da mina e suas experimentações sexuais adolescentes?! Na Yurihime?!” Pois é. Esse mesmo. Apesar de não ser uma obra que leve à sério, Ayame 14 entretem e tem seu propósito (por favor, o mundo já está cheio demais de ecchi-haters para ficarmos propagando isso de graça, né?). As traduções na internet estão bem desatualizadas, então pelo menos o conteúdo é todo inédito.



Em frente.

12-bun no Etude de Nakahara Tsubaki é um mangá que não possui informações em inglês. Parece bem promissor, com uma tomboy trompetista e um casal mais velho do que as protagonistas no elenco secundário. Deu bastante curiosidade. Talvez agora esteja às vésperas de um primeiro compilado. Isso pode ajudar a trazer mais informações aos fãs ocidentais.



Momoiro Trans de Koruri é outro mangá do qual não há nada de informações em fontes mais conhecidas (como o Mangá Updates, que foi o site que usei como referência). Um traço bem fofo e uma protagonista com todo o estilo visual que já tem se tornado um clichê yuri (cabelo negro comprido, testa visível, óculos grossos. . . Enfim, algo entre Sumika, de Sasameki Koto, passando pela protagonista de Majo to Megane e que respinga até na Kuroko, de Murcielago). Um capítulo sobre resfriado com pano para várias situações complicadas para a protagonista. Vejamos o que vem depois daí.



A obra seguinte é Sumedo Jigoku no Inferno, de Kasuga Sunao. Fiquei bem confusa ao ver um título que remetia ao inferno e um traço super fofo e positivo. Acho que a barreira linguística foi demais nesse caso. Parece haver algo sobrenatural em alguns momentos, mas não ficou muito claro. Infelizmente, não há informações traduzidas da série, então apenas poderei contar com uma leitura detalhada para captar alguma pista do que é de fato esse mangá.



Depois disso temos Prince Prince, de Aoto Hibiki. Pela observada que dei no review da Erika, do Okazu, sobre essa mesma revista, ela parece não ter gostado nada dessa obra, mas particularmente não entendi muito o motivo. Garotas vestidas de garotos e beijos entre as garotas vestidas de garotos é algo que já vi bastante em Renai Idenshi XX, então não foi algo que me incomodou. Por um momento até me perguntei se seria o mesmo autor, por causa dessa pegada, mas não foi o caso. Uma obra escolar, vários personagens e muita confusão amorosa no meio do caminho. Se é ou não promissor, os próximos capítulos talvez esclareçam.



E então chegamos ao último mangá da revista (CARAMBA!) que na verdade já apareceu antes: é Inugami-san to Nekoyama-san. Ele e Yuru Yuri tem dois capítulos na edição, talvez como uma forma de compensar o fato da Yurihime ser bimestral e isso tornar os mangás muito demorados de fechar volume.

Uau! Foi uma longa jornada por vários traços, autores, estilos e temáticas dentro do mundo yuri, não é mesmo? Devo levar tanto tempo tentando ler esses mangás que a próxima edição vai chegar antes disso!

Conclusões


Do ponto de vista técnico, a Yurihime está mais do que aprovada. Talvez seja incômodo ler algo tão grande quanto a revista, mas creio que isso é algo de hábito mesmo. Do ponto de vista de conteúdo, tenho igual satisfação com essa edição. Creio que todas as palavras ditas anteriormente são o bastante para frisar esse ponto.

É ótimo ver que a maioria esmagadora das obras presentes na Yurihime atualmente são de séries (ainda que a maioria seja de curta duração). Há alguns anos os oneshots predominavam e parecia que a revista estava condenada a não emplacar nada que fosse ser durável (o que aliás, parece ter sido o calcanhar de Aquiles de outras publicações yuris de grande qualidade, mas que pela falta de compilados individuais talvez perdesse muito da lucratividade). Ver séries começando, terminando e algumas se estendendo por numerosos volumes é um sinal de saúde para a revista e de alívio para os fãs do yuri.

Gostaria de usar a conclusão deste artigo que estive aguardando tantos meses para escrever para fazer algumas ponderações mais longas. Praticamente tudo o que direito será um ponto de vista pessoal, então sinta-se à vontade para discordar de mim em pontos ou em tudo (Ou simplesmente ignorar, vai saber o tamanho da paciência que você está no momento né).

Quadrinhos são um hobbie caro, então todos precisamos, de uma maneira ou outra, fazer escolhas do que iremos consumir ou não. No último ano venho percebendo que adquirir mangás direto do Japão são a solução que eu precisava para meu consumo de material yuri regular e atualizado. Estou plenamente satisfeita com essa decisão e continuarei comprando as Comic Yurihime por um longo tempo, indefinido até, talvez dando mais passos quando minhas condições permitirem (como, por exemplo, passar a comprar eu mesma, em maior quantidade e diversidade de títulos, sejam de magazines ou compilados).

A importação via uma loja especializada (no meu caso, a Fonomag) é o caminho mais simples para quem quer tomar esse rumo. Não é algo barato, então é preciso muita ponderação no ponto de vista financeiro para seguir algo assim.

Barreiras linguísticas, geográficas ou culturais à parte, ler a Comic Yurihime só reforçou, pra mim, uma ideia que vi pessoas como a autora Takemiya Jin colocando: o yuri é uma linguagem universal. Não importa a parte do planeta que você esteja. A arte em todas as suas formas é capaz de tocar as pessoas, passando por cima de todas as questões

Não entendam esta minha ênfase na importância do material impresso original como uma aversão aos scans. Não sou hipócrita. Vivemos em um país onde a tradução oficial de títulos yuris é ZERO, em um continente onde apenas no país mais rico (os EUA) existem ALGUNS títulos oficiais e que são tão ou mais caros de serem obtidos do que suas versões originais japonesas.

Todos temos que usar scans para conhecer yuri e vai continuar sendo assim enquanto as empresas que são “especializadas” no nicho do mangá continuarem ignorando esse segmento. Eu mesma seguirei observando diariamente as atualizações do Dynasty Reader e Yuri-ism, pois eles são fontes incríveis e que resultam do trabalho dedicado de centenas de fãs (yurijoshis e/ou yuridanshis como eu e vocês). É uma infelicidade que os artistas que tanto aprendemos a admirar através desses meios acabem não tendo qualquer retorno (financeiro mesmo) que tanto merecem da nossa parte. Mas assim será a realidade enquanto não houverem meios, não é mesmo?

Enfim. . . (que discurso longo ein? Desculpem por isso)

Comprar a Yurihime foi ótimo e espero ter conseguido passar um pouco da experiência de ter essa publicação maravilhosa diante de si à vocês, leitores do Kono-ai-Setsu. Se tiverem alguma curiosidade específica sobre a edição, deixem nos comentários que procurarei esclarecer tudo o possível.

Me foi sugerido fazer um vídeo curto, mostrando a revista em tempo real, folheando e essas coisas. Assim que possível farei isto e compartilharei aqui no blog também.

E, já fica minha promessa, trazer outro post desnecessariamente longo como este em março/abril, quando chegar a próxima edição!

Matta ne!


Referências:
Site oficial da Comic Yurihime
Lista do Manga Updates das obras já lançadas na Yurihime
Comic Yurihime 2015/11. ASIN: B013TEMWZY – acervo pessoal

Nota Legal: Todas as imagens utilizadas neste artigo são para fins de divulgação. Os direitos autorais das obras citadas pertecem à Kabushikigaisha Ichijinsha (株式会社一迅社) e seus respectivos autores.

6 Responses so far.

  1. Rhina says:

    UAU!!! Demais!! Posso sentir a enorme satisfação que teve ao tê-lo em suas mãos. Realmente é uma pena este tipo de leitura não despertar interesse nas esferas adequadas a ponto de torná-la mundialmente conhecida e de fácil acesso. Seria maravilhoso chegar em uma livraria ou editora e poder comprar um manga em nosso idioma e assim acompanhar de perto a gama de escritoras e os mais diversos romances yuri.
    EU amo lê-los. A leitura é ótima,agravável e apaixonante...é realmente cativante.
    Gosto dos assuntos,a maneira como são tratados,o carisma das personagens,desenho...enfim é delicioso.
    Parabéns pela sua aquisição.
    Neste momento bem que eu gostaria da saber outros idiomas.
    forte abraço.

  2. Rhina says:

    Tenho uma curiosidade : Todos os mangas são de autoria feminina?
    Desde que ano começou a publicação de mangas no Japão e outros?
    Sua leitura é ampla?
    E devido o tema sofreu ou sofre algum tipo de censura,crítica ou empecilhos por parte das autoridades?

  3. É muito vício mesmo chegar a esse ponto xD
    Mas é assim mesmo, só assim pra ajudar esse nicho, parabéns pela coragem!

    Devo dizer que pessoalmente não gostei realmente dessa adoção de um estilo mais moe, mas pelo visto, na verdade a variedade da revista é grande.

    Por sinal, Netsuzou Trap tá na lista de coisas pra ler assim que chegar o recesso da universidade (maldita greve que atrasou tudo)

    Gostei de como divulgou e comentou tudo, e realmente apoio a ideia de fazer um vídeo!

  4. LKMazaki says:

    @Rhina

    Realmente é uma satisfação imensa ter esse material tão importante pra cultura em mãos (acho que o fangirlzismo meu transpareceu bem no texto né ^^')

    Obrigada pela leitura e vamos responder suas perguntas. Aliás, ótimas perguntas!

    1) Boa parte dos mangás dessa edição é de autora feminina. Não contabilizei, mas chuto que mais da metade com certeza, talvez o percentual chegue a 70% ou 80%.

    Aliás, abro um parêntese para acrescentar uma informação importante: no Japão existe muito do que chamamos de "yuri masculino", voltado para homens. Obras que exageram no fanservice costumam entrar nesse lado, mas não necessariamente.

    Porém, existe sim um mercado de yuri para mulheres e, em grande parte, feio por mulheres. A Yurihime consegue se destacar como pilar dessa cultura, tendo um público feminino de acima de 80% do total de leitores.

    2) A Yurihime começou a ser publicada em Julho de 2005. Durante alguns anos houve uma segunda revista, a Yurihime Wildrose, anual, com oneshots mais adultos, porém essa publicação acabou cancelada.

    3) Se a leitura é ampla ou não é difícil de dizer, em termos de mercado japonês. Mas a informação de que a maioria do público é feminina já é algum parâmetro para sabermos que ela atinge quem visa.

    Outro ponto que podemos medir o sucesso da Yurihime foi algo que comentei no post: a quantidade grande de séries. Há um tempo a revista não tinha condição de arriscar-se com obras maiores, mas ela vem emplacando histórias grandes e isso está fomentando um crescimento.

    Dizia-se pela web que a revista passaria a ser mensal, em vez de bimestral, mas até agora nada foi confirmado.

    4) Até onde sei as autoridades japonesas não costumam intervir contra as publicações de mangá em praticamente nenhum quesito. Mesmo em temas claramente nocivos, como lolicon ou estupro as autoridades preferem não se envolver. Isso ficou bem claro há alguns anos, quando tentaram regulamentar uma lei que controlaria os mangás que "incentivariam a pedofilia" seriam censurados. A coisa deu em muita polêmica, mas até hoje muito pouco mudou de fato.

    Então, nesse quesito, o yuri está são e salvo.

    Obrigada mais uma vez pela leitura /o/

  5. LKMazaki says:

    @Alain

    Vicío é pouco! Caramba, nunca fui uma fangirl tão delirante e sorridente do que quando abri essa revista!

    Penso também no blog e na difusão da cultura yuri quando faço essas maluquices de comprar as coisas do Japão, mas tenho confessar que o principal é a minha satisfação, como leitora e admiradora dessa arte, em ter material legítimo de tantas(os) mangakás que sou fã.

    Ter contato com o material original é algo que nada pode substituir =P

    ENFIM. . . Sabe que também fiquei com o pé atrás do conteúdo da revista, achando que tudo poderia acabar girando em torno desse eixo moe-Yuru-yuri justamente por causa do projeto gráfico?

    Que bom que isso está totalmente errado! Existe sim, uma ou outra história mais moe com slice-of-life, mas encontrei histórias de romance mais sério, de disputa amorosa, de ação mesmo, além dos gags, e dos "tensão sexual alarmante" (Citrus/Netsuzou Trap). A diversidade de estilos é algo que me encantou ainda mais nessa revista.

    Aliás, leia o Netsuzou Trap sim! Tem poucos capítulos disponíveis ainda e a trama é muito instigante, com esse clima de culpas, traições e segredos. . . Uau. Ele é um mangá que parece ter uma cara de Citrus, mas, particularmente, gosto bem mais deste.

    Fico feliz que tenha curtido a forma que fiz a divulgação. Penso em talvez modificar um pouco na próxima edição, talvez com múltiplas postagens mais curtas (muita gente acaba fugindo das toneladas de texto).

    Farei o vídeo sim! Acho que vai ser ótimo para passar a sensação que a revista dá à todos.

    Obrigadão pelo comentário, Alain!

  6. Lana-chan says:

    Yo!
    Vim aqui só para falar de Citrus <3
    Então, eu concordo com o que muitas pessoas falam a respeito do mangá, ele está muito forçado. De fato, Citrus tem algumas situações tão absurdas que ele acabou se tornando um mangá impossível de ser levado a sério! Pra mim, Citrus é uma comédia involuntária, eu me divirto muito com as atitudes sem sentido da Mei e com os próprios absurdos da trama. Fora o humor involuntário, Citrus ganha muitos pontos comigo por ser o mangá da melhor heroína de mangás shoujo em uma trama yuri da atualidade: Yuzu Aihara!

    Sério, a Yuzu é tão incrível! Nunca imaginei em todos os meus anos como otaka que iria cair de amores por uma personagem de mangá. Eu amo tanto a Yuzu que a leitura bimestral do mangá acabou se tornando em uma leitura em busca da felicidade do meu bebê (Yuzu). Acho que ela é a unica personagem que eu vi que fala coisas bestas com tanta emoção que acaba ficando algo awesome! Além de ser a unica personagem que de fato faz algo produtivo para o mangá. Mérito da Tia Sabu.

    Falando um pouco sobre Netsuzou Trap, deve ser o único mangá yuri que li que me faz torcer por um garoto. Takeda não merece o que está acontecendo com ele. Hotaru é uma bitch manipuladora, Fujiwara é um escroto, a Yuma é uma babaca e o Takeda é um fofo.

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